Em resposta a um leitor do Reinaldo Azevedo, Nelson Ascher diz: PS. Um outro leitor (este civilizadamente) defende a paranóia ambientalista recorrendo ao princípio precaucionário, quer dizer: se existe uma probabilidade, por menor que seja, de o risco ser real, então devemos tomar todas as precauções contra ele o mais cedo possível. Ora, se todos os homens saudáveis do mundo se castrarem ou, melhor, retirarem cirurgicamente suas próstatas, e todas as mulheres saudáveis amputarem os próprios seios, o risco de cânceres de próstata e seio declinará decisivamente. Esta seria, é claro, a precaução mais eficiente. Mas alguém se candidata? Num mundo de recursos limitados, qualquer precaução tem seu preço, e este só pode ser avaliado em face dos custos do perigo específico. Se o Protocolo de Kyoto foi inútil, a coisa não fica só num “que pena, vamos tentar outra solução”. Kyoto custou uma fortuna aos contribuintes de vários países (não às companhias, que não perdem lucros, porque transferem os...