Todos os romances que li de Murakami apresentam aspectos comuns. Pessoas que não se encaixam nos moldes costumeiros da sociedade, uma busca incessante pelo isolamento ou fuga dessa sociedade, personagens procurando sua essência nessa cultura pausterizada e que prima pela massificação de produtos e sentimentos, relacionamentos melancólicos e caóticos... Norwegian Wood enfoca quase exclusivamente nesse último aspecto. Haruki Murakami
A história, que se passa no Japão contemporâneo, trata do relacionamento de Toru Watanabe, estudante universitário confuso quanto a suas escolhas profissionais e pessoais, com Naoko, namorada de seu falecido amigo. Além da relação complicada dos protagonistas, principalmente com a inclusão de Midori, colega de classe de Toru bem mais extrovertida que Naoko e que também se apaixona pelo rapaz, o livro trata de várias questões como suicídio, promiscuidade na adolescência e a cobrança do jovem em amadurecer. Além disso, comparado com os outros livros de Murakami, esse tem um aspecto muito mais verossímil, não apresentando repentinas fugas e reclusões, tirando o sanatório, algo bem mais comum e presente no dia-a-dia do que viagens para o Hawaii ou para Hokkaido, uma das quatro ilhas principais do arquipélago japonês localizada ao norte do país e que apresenta pouca população e condições adversas a vida humana, financiadas por terceiros, como são apresentadas em Caçando Carneiros e Dance Dance Dance. Também há um grande enfoque no ato sexual em si, coisa que nos outros livros era muito mais vaga.
Esta obra, como as outras do autor, nos faz refletir sobre os valores que definem conceitos como felicidade, amor e realização profissional, mostrando a importância da utilização de critérios pessoais para a formação de nossos parâmetros, buscando a nossa essência. Simplesmente elegante. Edição brasileira de Norwegian Wood
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