Voltando ao passado

  • on 12/01/2010
  • O teatro sempre esteve presente na vida dos cidadãos, independente de ter um lugar específico e exclusivo para que suas atividades fossem realizadas.  Entre o fim da Idade Média e o início da Renascença ele constitui-se como uma importante parte da vida urbana. Nesse período, as representações dramáticas eram feitas em locais de extrema relevância. Essa relevância se dava principalmente por causa da  “atmosfera” desses lugares: Eram ambientes repletos de símbolos e significados, que eram utilizados como elementos das apresentações. Quanto mais cheio deles estivesse o lugar, melhor. Assim as representações se integravam ao ambiente, que mais do que abrigá-las, tinha a função de complementá-las.   

     Nenhum outro local tinha tanta importância na cidade medieval quanto as catedrais.
    A Catedral era uma espécie de “fábrica de símbolos”; um lugar onde encontravam-se concentradas inúmeras referências.
    Outro local muito utilizado também foi o mercado: Normalmente ele ficava localizado na entrada das cidades e a englobava. Era rodeado por residências e lugares de negócios, caracterizando-se como o centro de comércio, recreação e conexões sociais. O mercado era a representação espacial de uma fase em que cada homem desempenhava seu papel social na terra.  
    No século XX - a partir dos anos 60 - muitos encenadores passaram a utilizar as ruas ou outros lugares urbanos não tradicionais para apresentar seus trabalhos. A intenção desses diretores não é de forma alguma repetir as montagens num espaço específico... Pelo contrário: eles têm procurado novos espaços para cada produção.
    Os locais devem conferir um importante significado para a apresentação, e a sua simples existência, bem como o que ele representa para a vida dos cidadãos passa a ser um elemento fundamental desses trabalhos.

    Tal como nos tempos medievais, a cidade passa a ser o próprio palco. 
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