Hamlet e a importância do teatro

  • on 10/02/2010
  • Vinganças, frustrações, medos, romances, loucura, fingimento, poder e corrupção. Essas não são palavras suficientes para definir Hamlet.

    A trágica história do príncipe da Dinamarca foi escrita na chamada “fase sombria” de Shakespeare. Essa fase teve seu início em 1601, quando o conde de Essex – seu amigo e protetor – foi executado por haver conspirado contra a rainha. Com isso, o escritor mergulhou numa angústia profunda. Primeira das quatro tragédias de Shakespearianas- e um dos marcos da dramaturgia mundial - Hamlet é uma peça complexa que aborda vários temas. Talvez um olhar mais desatento não seja capaz de perceber que a fascinante história é um gancho para um infindável debate: A importância do teatro.

    Existe em Hamlet uma peça dentro da peça. A encenação apresentada na fábula é de suma importância, uma vez que sua função é de alterar os rumos da trama. A “peça dentro da peça” é o ponto de virada crucial no enredo da tragédia do príncipe dinamarquês. A representação feita nos salões do palácio acaba desestabilizando o governante em frente à sua mulher e aos seus súditos. É a peça de teatro que coloca as verdades diante do público. O teatro - em Hamlet - é capaz de sobrepor seu poder ao poder soberano de um rei. É a peça que desmascara a mentira, revelando todas as verdades.

    Hamlet não é apenas uma peça de teatro. Hamlet é a própria encarnação do teatro! Tal como o rei falecido faz nas aparições ao seu filho, Shakespeare coloca seu espírito no texto para nos fazer um alerta: O teatro é uma arte poderosa!
    Estaria o autor tentando abrir nossos olhos para a importância das artes cênicas com essa obra? Seria o teatro capaz de desmascarar toda a humanidade? Eis a questão!
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    2 Recados:

    Arouca disse...

    Interessante que quando eu foi fazer Sonho de uma Noite de Verão também tinha essa idéia da peça dentro da peça. O Shakespeare usava muito esse recurso?

    Jonas Mourilhe disse...

    O recurso de "metalinguagem" ou "metateatro" foi utilizado por Shakespeare em outras obras também, podendo ser considerado como uma das características de sua escrita.