No Bunker de Hitler por Joachim Fest

  • on 04/04/2010

  • Joachim Clemens Fest(1926-2006) foi um jornalista e escritor alemão. Reconhecido internacionalmente pelas biografias de Hitler e Albert Speer(Ministro da Economia de Guerra do 3º Reich Alemão), além dos seus trabalhos pioneiros quanto a documentação da Segunda Guerra na Alemanha, criticando o nazismo e seus líderes. Por mais que suas obras não sejam muito famosas, No Bunker de Hitler foi adaptado para o cinema no filme A Queda.




    O livro se baseia primariamente no depoimento de Traudl Junge, uma das secretárias pessoais de Hitler que o acompanharam até o Führerbunker, abrigo subterrâneo localizado em Berlim onde Hitler e sua Chancelaria passou os últimos dias de guerra, onde o sonho megalomaníaco do Reich Alemão começou a desmoronar ao som do cerco das tropas soviéticas. Em linguagem simples e direta, Feist ilustra os distúrbios do Fuhrer e de seus companheiros. A tensão, a sensação de claustrofobia, tanto a real por viver em uma construção de concreto abaixo da superfície quanto por estar preso com um desiludido Hitler que, com seus nervos em frangalhos, ordena esquadrões fantasmas e se revolve por conspirações e traições contra a sua pessoa e a raça ariana.
    E com uma colocação muito acertada citada pelo autor de que um evento só pode ser entendido quando ele chega ao fim, os momentos finais da Alemanha Nazista nos mostra a sua ideologia de maneira mais crua, o egocentrismo e a vontade destruidora de Hitler seja quanto aos judeus, comunistas, opositores e os próprios soldados alemães quanto estes se veem incapazes de ganhar a guerra. Uma analise profunda e nua do fim de um dos impérios mais cruéis da História humana.
    Trecho do Livro:
    "Um oficial do Estado-Maior descreveu da seguinte forma o aspecto de Hitler durante aquelas semanas:
    'Ele sabia que tinha perdido a oportunidade e que não tinha mais como ocultar o fato. Fisicamente, seu aspecto era horrível. Cansada e pesadamente, jogando a parte superior do corpo para frente e arrastando as pernas atrás de si, ele se movimentava dos seus aposentos para a sala de conferência no bunker. Faltava-lhe a sensação de equilíbrio; quando era parado no curto percurso(20 a 30 metros), tinha de se sentar em um dos bancos dispostos nas paredes do corredor com esse propósito, ou se segurar no interlocutor... Os olhos estavam  injetados; embora todos os documentos destinados a ele fossem escritor em 'máquinas de escrever do Führer', cujas letras tinham três vezes o tamanho das normais, ele precisava de lente grossas para lê-los. No canto dos lábios, via-se com frequência saliva..."                  
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