Faltam poucos dias para o início da Copa do Mundo. Em duas semanas todas as atenções do mundo estarão voltadas para a África do Sul. O país sede da copa vai ter a oportunidade de celebrar um evento que abriga mais do que partidas de futebol: Abriga pessoas e culturas diferentes. Essa será uma oportunidade para um país que tem em sua história a marca da intolerância com as desigualdades; onde o racismo foi institucionalizado e respaldado pela política e pela justiça. Um país que durante anos viveu sob um regime chamado APARTHEID, onde as diferentes etnias eram separadas de todas as maneiras: juridicamente, politicamente, socialmente e culturalmente. As leis eram severas e puniam qualquer tipo de “mistura”.
Consciente ou inconscientemente, de alguma forma a arte acaba sendo um reflexo da sociedade, e logicamente a situação sócio-política do país acabou interferindo na produção dramatúrgica do período.
Um dos maiores expoentes da cena teatral sul africana é o dramaturgo Athol Fugard. Nascido em 1932, suas peças são consideradas “a celebração do espírito humano”. Em suas obras, Fugard aborda questões sócio-político-culturais de um país submetido a um regime que afetada a todos, mas onde pouquíssimos são os privilegiados. Apesar disso, suas peças não chegam a ser panfletárias. Os textos de Fugard não permitem apenas uma reflexão sobre os temas abordados; eles também nos brindam com cenários pictóricos e com personagens que sofrem, sonham, lutam, resistem e acima de tudo: Vivem... independente da condição em que o personagem se encontre.
Por apoiar o movimento antiapartheid, Fugard foi perseguido. Teve que mudar-se da África do Sul e montar suas peças no exterior. Seu passaporte foi cassado por quatro anos.
Além de textos dramatúrgicos, Athol Fugard também escreveu romances e roteiros cinematográficos. Sua obra “TSOTSI” ganhou em 2006 o oscar de melhor filme estrangeiro.
Athol Fugard é o autor de língua inglesa mais montado nos EUA depois de Shakespeare.
TSOTSI TRAILER (EM INGLÊS)
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