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Onde anda agora a perfeição

Onde anda agora a perfeição que andava unida à fronte de um lavor sem mácula? Onde estás agora, ó perfeição, diadema da vida, que a harpa da luz tocava e não modula mais? Alexandria, moradia do fugaz, tu, roseiral de areia viva na descida dos desertos ao mar, tu, perfume e ferida e inconclusão – onde anda agora esse rapaz? Breve parêntese entre a imagem e a semelhança, mal te demoras neste mundo, ó perfeição, que harmonizaste, como os corpos numa dança, aquele par, metades duplas da ambição de perpetuar o passageiro – ah, quem te alcança agora, ó fluidez, ó fuga, ó deserção...? O que vocês leram acima é o soneto nº 69 da primeira parte — As Epifanias — do livro A Imitação do Amanhecer, de Bruno Tolentino, publicado pela Editora Globo.

Azul Intenso

A zul intenso Z inco do teu olhar U nião do céu e do mar L icor insólito ainda por inventar... I ntervalo de tempo N um tempo sem hora de acabar T inta fresca espalhada E stranha forma de pintar N ovos tons acabados de criar S onhos azuis acabados de sonhar O lhos que vêem para além do mundo real

O CORVO

O CORVO * (de Edgar Allan Poe) Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de algúem que batia levemente a meus umbrais. "Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais. É só isto, e nada mais." Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais - Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais! Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo, "É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. É só isto, e nada mais". E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, "Senhor", eu di...

Maravilhas do Mundo

Vou aqui postar novamente um tópico do blog antigo, com algumas ampliações. Recentemente um site criou uma eleição para a escolha das 7 novas maravilhas do mundo. Foram escolhidas uma série de monumentos e construções como candidatas, no meu entender nenhuma deveria sequer cogitar a participação nesta lista de candidatos. Talvez a única exceção seja o Opera House de Sidney. De resto só velharia, uns castelso medievais ou monumentos tecnologicamente insignificantes. Bem como sou um visitante neste mundo estranho e hostil, me considero isento para escolher a REAIS maravilhas do mundo. Veja, as maravilhas do mundo antigo foram escolhidas não só por suas belezas, mas por representarem o triunfo da engenhosidade humana, sendo assim creio que o melhor critério seja um misto de beleza e desafio tecnológico. Sendo assim: Taipei 101 O atual (até setembro parece) prédio mais alto do mundo três são a razão de sua escolha a primeira é evidente, sua condição de mais alta construção humana, a segund...

Como equilibrar?

Eu tenho uma preocupação constante, o quanto posso permanecer neste planeta sem me tornar uma influência exagerada, no momento tenho esse receio, será que não estou influindo demais? Sendo excessivamente proximo não estou de certa forma deturpando o desenvolvmento local? Mas o que fazer me abister? Isso já faço em grande medida, mas será que a resposta seria me afastar? Não seria para mim agradavel, mas seria o melhor? Talvez o certo seja desagradavel.